sexta-feira, 29 de maio de 2009

HISTÓRIA

ORÍGENS DO BAIRRO
Até o final do século XIX, Copacabana não passava de uma área ainda bastante isolada do resto da cidade que se concentrava, principalmente, no Centro e em Botafogo.

Somente em 1892, quando a Cia. Jardim Botânico de Bondes abriu o Túnel Alaor Prata, mais conhecido como Túnel Velho, ligando a Rua Real Grandeza à Rua Siqueira Campos e inaugurou a primeira linha de bondes para Copacabana, cujo ponto final ficava na atual Praça Serzedelo Correia, o bairro começou a ser mais acessível.

Até 1900, esta passagem só permitia o trânsito de bondes, mas a facilidade de acesso já havia sido criada e Copacabana foi sendo aos poucos ocupada.

Comerciante português, o Comendador Felisberto Peixoto chegou ao Brasil em 1875 e em 1903 iniciou a compra dos terrenos que deram origem à sua chácara, que contava com uma lagoa, um pantanal, árvores frutíferas e um bambuzal, entre os morros de São João e dos Cabritos.

Os terrenos ficavam entre as ruas Siqueira Campos, Tonelero e Santa Clara. Nessa área havia um brejo, onde crescia um capinzal que servia de pasto para as vacas leiteiras do proprietário. Na esquina da rua Tonelero, o Comendador vendia leite e capim para estábulos em Copacabana. Por não ter descendentes diretos, o Comendador Peixoto doou em 1938 todos os terrenos de sua chácara para cinco instituições de caridade. A Associação Asilo São Luís para a Velhice Desamparada, Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D. Pedro V, Sociedade Portuguesa de Beneficência do Rio de Janeiro, Casa dos Expostos e Hospital Nossa Senhora das Dores.

A escritura de doação foi assinada em 15 de junho de 1938. Estabeleceu-se também, que os lotes receberiam construções de prédios residenciais que teriam no máximo 3 pavimentos. Mais tarde o limite de altura foi liberado por decreto do Prefeito Mendes de Moraes, para quatro pavimentos.

O projeto original de loteamento e arruamento foi idealizado pelas próprias instituições, mas como apresentava inúmeros problemas, foi substituído por projeto da Comissão do Plano da Cidade, o qual resultou no traçado atual do bairro. Para que se realizasse a devida ocupação, o bairro precisou ser drenado e aterrado e ainda em 1938 a Prefeitura aprovou o projeto de urbanização desta área com base nos seguintes instrumentos:

Plano de Alinhamento 2.990 de 14/06/1938 – Urbanização das áreas compreendidas entre as ruas Santa Clara, Henrique Oswald, Siqueira Campos e Tonelero;

Plano de Alinhamento 3.281 de 28/11/1939 – Urbanização das áreas compreendidas pelas ruas Décio Vilares, Maestro Francisco Braga, Capelão Álvares da Silva, Tenente Marones de Gusmão, Praça Edmundo Bittencourt, Joseph Bloch, Travessa Santa Margarida, Ministro Alfredo Valadão e Anita Garibaldi;

Plano de Alinhamento 3.850 de 13/05/1943 – Projeto de urbanização da zona compreendida entre as Ruas Ministro Alfredo Valadão, complementação da Figueiredo Magalhães a partir da Tonelero e a Praça Vereador Rocha Leão junto ao túnel.Em 12 de maio de 1989, a Lei n.º 1.390 cria a Área de Proteção Ambiental do Bairro Peixoto e em 13 de março de 1990, o Decreto n.º 9.226 regulamentou sua criação.

O Comendador faleceu no dia 3 de novembro de 1947, em sua casa na Rua Tonelero assistindo ao início da urbanização no terreno de sua chácara.

Em 13 de março de 1990, o Decreto nº 9.226 regulamentou a criação da APA Bairro Peixoto.

LIMITES
É composto por 2 praças, 1 travessa, 1 ladeira e 13 ruas. Seus limites naturais são impostos pelos Morro dos Cabritos e Morro de São João. Pelo seu traçado urbanístico, está limitado pela Rua Henrique Oswald, à esquerda pelas Ruas Santa Clara e Lacerda Coutinho, à direita pela rua Siqueira Campos e Ladeira Tabajaras (até a Travessa Santa Margarida) e abaixo pela Rua Tonelero. Reúne aproximadamente 440 prédios residenciais e 9.000 moradores, havendo uma concentração demográfica acentuada na área das ruas Figueiredo Magalhães, Siqueira Campos, Sta. Clara e Tonelero.

INFRA-ESTRUTURA
No que se refere a sua infra-estrutura, conta com um Posto de Saúde, o 19º Batalhão da Polícia Militar, um hospital particular de grande porte e Shopping Center conhecido como o Shopping dos Antiquários que abriga ainda o Fórum de Pequenas Causas.

RUA a RUA
Ladeira dos Tabajaras
Em meados do século XIX, D. Pedro costumava passar por uma trilha conhecida como “caminho do boi” para encurtar o percurso entre o Jardim Botânico e a região litorânea. Por obra de José Martins Barroso, em 1855, a trilha logo se transformou na primeira estrada de meia rodagem ligando os bairros de Copacabana e Botafogo. Em homenagem ao seu fundador, o caminho passou a se chamar Ladeira do Barroso. Apenas 62 anos mais tarde é que o nome Ladeira dos Tabajaras veio a ser adotado, como uma homenagem aos índios Tabajaras. Essa tribo vinda do nordeste, habitava os morros de São João e da Saudade, ambos cortados pela Ladeira.

Travessa Santa Margarida
Inicialmente denominada Rua Dona Margarida, em homenagem à Dona Maria Margarida Barroso, esposa de José Martins Barroso, proprietário de terras em Botafogo e responsável pela construção de um melhor acesso à Copacabana, em 1855. O terreno em que foi aberta a travessa pertencia ao casal.

Rua Santa Clara
Inicialmente só existia no trecho entre o mar e a Rua Tonelero, tendo sido aberta por um grupo de proprietários de terras locais. Chamava-se Rua de Santa Clara, mas com o tempo viria a ser apenas Rua Santa Clara. O nome em homenagem à santa, deve-se à influência da colonização portuguesa na ocupação do bairro.

Rua Décio Vilares
Décio Rodrigues Vilares, nasceu no Rio de Janeiro em 1851. Cursou Belas-Artes e partiu em seguida para a Europa onde realizou algumas exposições. Em 1974 retornou ao Brasil e algumas de suas telas podem ser vistas no Museu Nacional de Belas-Artes, como os retrato de Benjamim Constant e do marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.

Rua Maestro Francisco Braga
Antônio Francisco Braga nasceu no Rio de Janeiro em 1868. Por intermédio de bolsa de estudos, foi estudar composição em Paris. Retornou ao Brasil em 1900. Foi compositor sinfônico, regente de orquestra e professor do Instituto Nacional de Música.

Praça Edmundo Bittencourt
Edmundo Bittencourt nasceu em 1866, na cidade de Santa Maria da Boca do Monte, no Rio Grande do Sul. Foi fundador e diretor do jornal Correio da Manhã, que foi um dos veículos de maior expressão das primeiras décadas do século XX. Faleceu aos 77 anos no Rio de Janeiro.

Praça Vereador Rocha Leão
Antônio da Rocha Leão nasceu no Rio de Janeiro, em 6 de setembro de 1877. Foi membro da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e líder de governo do então Prefeito Ernesto Batista. Faleceu em 12 de julho de 1952, no Rio de Janeiro.

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